sábado, 14 de novembro de 2009

Tempo de balada...

Para voltar aqui das profundezas da agitação da vida, venho contar que dia 19 começa a

BALADA LITERÁRIA

evento anual que o Marcelino Freire organiza e que bomba de autores, editores, jornalistas e toda a gente que curte cerveja, livros e papo...


Esse ano homenagens a João Ubaldo, "Dona Lygia" (Sim, a Fagundes Telles), show da Fabiana Cozza, lançamento do livro do Fred ( Barboza- lá da adorada Casa das Rosas) e inúmeras outras coisas imperdíveis.

Se não estiver pelas ondas da ilha, de lá não saio e de lá ninguém me tira...

Para saber mais:


www.baladaliteraria.zip.net

domingo, 12 de julho de 2009

Sobre um monte de nada...


imagem:maniadehistoria.wordpress.com
Enquanto os Deuses da arte negam-me autorização para contar da FLIP, contento-me com os comentários dos outros...
Já que ainda não posso misturar tudo, fazer a miscelânia permitida aos que devaneiam, aos sortudos que não precisam ser fiéis so concreto, calo-me esperando a autorização certa de falar do últimos sonhos que vivi (e não viva um há tempos...).
E eis que outro dia, em meio a uma peça de teatro, descobri do porque de cantar os sonhos:
"_Sonho não mata fome!", disse ela.
"_Sim, mas talvez após ouvir-me o senhor siga um trecho mais em paz."
Pronto. Quase trinta anos de indagações e três segundos para a resolução:
é para isso que precisa-se da arte até o limite: porque de trecho em trecho, que sabe assim, haja um motivo para seguir por esses caminhos (tão habitados or sombras), mais em paz...
Divagações a parte, o blog do Marcelino Freire
(http://www.eraodito.blogspot.com/), trouxe um texto legalzinho sobre a FLIP (meio carregadinho de palavrões, meio too contemporary for my taste, mas ainda vale bem a leitura).
E a "boa do ANO" é que eu vou me juntas a mais uns 4 ou 5 amigos lunáticos para falarmos de literatura...e o texto do CAIO FERNANDO, aí em baixo, deve ser uma de nossas primeiras vítimas...

CARTA A ZÉZIM













Zézim,


cheguei hoje de tardezinha da praia, fiquei lá uns cinco dias, completamente só (ótimo!), e encontrei tUa carta.

Esses dias que tô aqui, dez, e já parece um mês, não paro de pensar em você.

Tou preocupado, Zézim, e quero te falar disso. Fica quieto e ouve, ou lê, você deve estar cheio de vibrações adeliopradianas e, portanto, todo atento aos pequenos mistérios.


É carta longa, vai te preparando, porque eu já me preparei por aqui com uma xícara de chá Mu, almofada sob a bunda e um maço de Galaxy, a decisão pseudo-inteligente.


Seguinte, das poucas linhas da tua carta, 12 frases terminam com ponto de interrogação. São, portanto, perguntas. Respondo a algumas. A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete.


Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito.

Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos.


Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo):


“Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda”.

Mais: já pensei, sim, se Deus pifar. E pifará, pifará porque você diz:


"Deus é minha última esperança".


Zézim, eu te quero tanto, não me ache insuportavelmente pretensioso dizendo essas coisas, mas ocê parece cabeça-dura demais. Zézim, não há última esperança, a não ser a morte. Quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado. Tudo é maya / ilusão. Ou samsara / círculo vicioso.Certo, eu li demais zen-budismo, eu fiz ioga demais, eu tenho essa coisa de ficar mexendo com a magia, eu li demais Krishnamurti, sabia? E também Allan Watts, e D. T. Suzuki, e isso freqüentem ente parece um pouco ridículo às pessoas. Mas, dessas coisas, acho que tirei pra meu gasto pessoal pelo menos uma certa tranquilidade.Você me pergunta: que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tudo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som, alimentando a Pobre.


Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Tá substituindo a maconha por Jesusinho?


Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.


Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? DANEM-SE, demônios. Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho,


"apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo".


Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida. Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud. É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, frequentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na Cultura, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não.

Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos.


A você eu amo. Raramente me engano. Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido.Pausa.


Quanto a mim, te falava desses dias na praia. Pois olha, acordava às seis, sete da manhã, ia pra praia, corria uns quatro quilômetros, fazia exercícios, lá pelas dez voltava, ia cozinhar meu arroz. Comia, descansava um pouco, depois sentava e escrevia. Ficava exausto. Fiquei exausto. Passei os dias falando sozinho, mergulhado num texto, consegui arrancá-lo. Era um farrapo que tinha me nascido em setembro, em Sampa. Aí nasceu, sem que eu planejasse. Estava pronto na minha cabeça. Chama-se "Morangos mofados", vai levar uma epígrafe de Lennon & McCartney, tô aqui com a letra de Strawberry fields forever pra traduzir.


Zézim, eu acho que tá tão bom. Fiquei completamente cego enquanto escrevia, a personagem (um publicitário, ex-hippie, que cisma que tem câncer na alma, ou uma lesão no cérebro provocada por excessos de drogas, em velhos carnavais, e o sintoma — real — é um persistente gosto de morangos mofados na boca) tomou o freio nos dentes e se recusou a morrer ou a enlouquecer no fim. Tem um fim lindo, positivo, alegre. Eu fiquei besta. O fim se meteu no texto e não admitiu que eu interferisse. Tão estranho.


Às vezes penso que, quando escrevo, sou apenas um canal transmissor, digamos assim, entre duas coisas totalmente alheias a mim, não sei se você entende. Um canal transmissor com um certo poder, ou capacidade, seletivo, sei lá. Hoje pela manhã não fui à praia e dei o conto por concluído, já acho que na quarta versão. Mas vou deixá-lo dormir pelo menos um mês, aí releio — porque sempre posso estar enganado, e os meus olhos de agora serem incapazes de verem certas coisas. Aí tomei notas, muitas notas, pra outras coisas. A cabeça ferve. Que bom, Zézim, que bom, a coisa não morreu, e é só isso que eu quero, vou pedir demissão de todos os empregos pela vida afora quando sentir que isso, a literatura, que é só o que tenho, estiver sendo ameaçada como estava, na Nova.E li. Descobri que ADORO DALTON TREVISAN. Menino, fiquei dando gritos enquanto lia A faca no coração, tem uns contos incríveis, e tão absolutamente lapidados, reduzidos ao essencial cintilante, sobretudo um, chamado "Mulher em chamas". Li quase todo o Ivan Ângelo, também gosto muito, principalmente de "O verdadeiro filho da puta", mas aí o conto-título começou a me dar sono e parei. Mas ele tem um texto, ah se tem. E como. Mas o melhor que li nesses dias não foi ficção. Foi um pequeno artigo de Nirlando Beirão na última IstoÉ (do dia 19 de dezembro, please, leia), chamado "O recomeço do sonho". Li várias vezes. Na primeira, chorei de pura emoção - porque ele reabilita todas as vivências que eu tive nesta década. Claro que ele fala de uma geração inteira, mas daí saquei, meu Deus, como sou típico, como sou estereótipo da minha geração. Termina com uma alegria total: reinstaurando o sonho. É lindo demais. É atrevido demais. É novo, sadio. Deu uma luz na minha cabeça, sabe quando a coisa te ilumina? Assim como se ele formulasse o que eu, confusamente, estava apenas tateando. Leia, me digao que acha. Eu não me segurei e escrevi uma carta a ele dizendo isso. Não sou amigo dele, só conhecido, mas acho que a gente deve dizer.Escrevendo, eu falo pra caralho, não é?Aqui em casa tá bom. É sempre um grande astral, não adianta eu criticar. O astral ótimo deles independe da opinião que eu possa ter a respeito, não é fantástico? A casa tá meio em obras, Nair mandou construir uma espécie de jardim de inverno nos fundos, vai ligar com a sala. Hoje estava pUta porque o Felipe não vai mais fazer vestibular: foi reprovado novamente no 3º colegial. Minha irmã Cláudia ganhou uma Caloi 10 de Natal do noivo (Jorge, lembra?), e eu me apossei dela e hoje mesmo dei voltas incríveis pelo Menino Deus(?). Márcia tá bonita, mais adultinha, assim com um ar meio da Mila. Zaél cozinhando, hoje faz arroz com passas para o jantar.Povos outros, nem vi. Soube que A comunidade está em cartaz ainda e tenho granas pra receber. Amanhã acho que vou lá.


Tô tão só, Zézim. Tão eu-eu-comigo, porque o meu eu com a família é meio de raspão. Tá bom assim, não tenho mais medo nenhum de nenhuma emoção ou fantasia minha, sabe como? Os dias de solidão total na praia foram principalmente sadios. Ocê viu a Nova? Tá lá o seu Chico, tartamudeante, e uma foto muito engraçada de toda a redação — eu com cara de "não me comprometam, não tenho nada a ver com isso". Dê uma olhada. Falar nisso, Juan passou por aqui, eu tava na praia, falou com Nair por telefone, estava descendo de um ônibus e subindo noUtro. Deixou dito que volta dia três de janeiro ou fevereiro, Nair não lembra, pra ficar uns dias. Ficará? E nada acontecerá.


Uma vez me disseram que eu jamais amaria dum jeito que "desse certo", caso contrário deixaria de escrever. Pode ser. Pequenas magias. Quando terminei "Morangos mofados", escrevi embaixo, sem querer, "criação é coisa sagrada”. É mais ou menos o que diz o Chico no fim daquela matéria. É misterioso, sagrado, maravilhoso.


Zézim, me dê notícias, muitas, e rápido. Eu não pensei que ia sentir tanta falta docê. Não sei quanto tempo ainda fico, mas vou ficando. Quero escrever mais, voltar à praia, fazer os documentos todos. Até pensei: mais adiante, quando já estivesse chegando a hora de eu voltar, você não queria vir? A gente faria o mesmo esquema de novo, voltaríamos juntos. A família te ama perdidamente, hoje pintaram até uns salseirinhos rápidos porque todo mundo queria ler a matéria do Chico ao mesmo tempo:


"Let me take you downcause I’m going to strawberry fields


nothing is real, and nothing to get hung about


strawberry fields forever


strawberry fields forever


strawberry fields forever


Isso é o que te desejo na nova década. Zézim, vamos lá. Sem últimas esperanças. Temos esperanças novinhas em folha, todos os dias. E nenhuma, fora de viver cada vez mais plenamente, mais confortáveis dentro do que a gente, sem culpa, é.


Let me take you: I’m going to strawberry fields.


Me conta da Adélia.E te cuida, por favor, te cuida bem. Qualquer poço mais escuro, disque 0512-33-41-97. Eu posso pelo menos ouvir. Não leve a mal alguma dureza dita.


É porque te quero claro. Citando Arantes, pra terminar:


"Eu quero te ver com saúde I sempre de bom humor e de boa vontade".



Um beijo do Caio

sábado, 27 de junho de 2009

Aos que não amam!



Gente não apaixonada também gosta de música...

E eis que à beira de iniciar um novo Summerset Maughan, narrativa sobre a realidade da vida, e às vesperas de assistir a Vesperais na Janela, sobre a vida do GUIMARÃES ROSA, e sim, houve um tempo em que escritor sofria...

E eis que estou às vesperas de ir pra FLIP, doida para assistir ao CHICO e quase certa de que ( como sempre) não dará tempo..

Sim, eu também acho que ele é cantor, mas dentre uns 3 ou 4 incríveis que darei um jeito de presenciar, queria ver os olhos azuis sem seu fiel escudeiro, o violão...

Mas como o assunto aqui é desamor e adjacência, vão algumas músicas para os desapaixonados como eu, que não entendem o porque das melhores músicas sempre falarem de amor.

Três vídeos BEM para pessoas que amam ( talvez até por isso, absolutamente lindos):

Tá em mim-

Vanessa Rangel

http://www.youtube.com/watch?v=E1U9lx0CXMo

ANJO- Saulo e Daniela ( não é dupla sertaneja, são sim os dois do Axé BAHIA):

http://www.youtube.com/watch?v=MFasrcHndYk

Pensar em Você - Dani e Ivete (diretamente do Senhor do Bonfim):

http://www.youtube.com/watch?v=8SRMFSCBEPc&feature=related

E amanhã falo mais...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

FIM DE CRISES

Pararei de ter crises. Já que, na verdade, as invento.
Passei do tempo em que as sentia verdadeiramente. Agora andam brancas e ocas...

Havia abandonado isso aqui, como de costume, e um comentário anônimo que acho que sei de que é, mais outro de alguém bem identificada, mais dois falados, me lembraram de que faz tempo que não perco tempo comigo mesma.

Verdade, nem o salão, nem os livros.

Sim, são muitos. Não meus.

E eu poderia falar da sensação de receber, nas mãos, os primeiros livros que assinei pela Universo, ou de como adoro o processo de fazê-los; quem sabe contar das incríveis pessoas que lá conheci e de como é bom...

Ou optar por ser menos "Alice no país das maravilhas" e narrar o turbilhão e as frustrações de "cometer" 8 livros por mês, ou da morte de Michael Jackson (sim, sim em 12 segundos) ou de saudade e falta de compreensão...

Mas me calo, porque aprendi que a vida se passa enquanto refinamos e olhar. E na minha, especificamente, este é um processo tão complexo e delicado, que ao mesmo tempo em que me curvo ao silêncio, ocorrem livros diários...

Há tanto...


E no mundo literário:


São tempos de FLIP (nós, as meninas e eu vamos)


http://www.flip.org.br/programacao_2009.php?programacao=casa_cultura


E lá eu queria assistir à mesa do marcelino freire, mas as melhores coisas são sempre quando não podemos ir...

terça-feira, 2 de junho de 2009

A volta da Filha Pródiga

Chagará o dia em que passarei por aqui sempre, tal qual oração que eu nunca deixo de fazer...

Por enquanto, conto que é fechamento na editora, a vida tem andado rápida...

E sim, na próxima semana, é tempo de voltar ao mar!

sábado, 23 de maio de 2009

Sobre o AMOR









" O amor é a soma de duas solidões: que se tocam, saudam e se protegem". (RILKE)



Li hoje isso num livro da Ediouro sobre o AMOR. Achei lindo, incrível, espetacular... (RILKE né?)
Aí fiquei pensando no porque as pessoas fazem tanto esforço para conceituar o amor....
E em porque formatá-lo é tão importante....

sexta-feira, 1 de maio de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Dores e recordações...

Eis que hoje fui à uma palestra no GOETHE sobre venda de direitos autorais à empresaas do exterior. Boa, informativa, prática e direta...

Nem parecia uma palestra, mais uma dica de coisas úteis para possibilitar intercâmbio internacional de idéias...

Super, super...


E enquanto eu não tenho pistas de quanto pararei de sentir saudades DELA ( e não, eu não sou gay), continuo a inventar beleza nas minimices da vida....
Como ela fazia...

E foi legal reencontrar um texto que escrevi nos primórdios da minha carreira (de jornaleira, não de editora)... hahaha

Meu Deus, quanta mudança de lá pra cá...


Para quem quiser se alguém quiser:


LEMBRANÇAS DE UM DIA FELIZ


Sim, nós somos iBest!


Texto publicado originalmente na Central da Musica

Por Gabriela Cuzzuol em 10/5/2003 - 13:18:30


O dia 6 de maio de 2003 marcou uma cena singularmente pitoresca. Globais, empresários, profissionais de imprensa de todo o país em um momento de badalação que, se não fosse tão importante e especial, poderia ser considerado mais uma de nossas muitas tentativas “terceiro mundanas” de nos equipararmos a Hollywood.
Seja pela beleza do povo ou pelo nervosismo que, em suas devidas proporções era o máximo que se podia sentir, a celebração do iBest 2003 teve, para um país em crise, ares de Oscar “sem nenhum aspecto Tupiniquim”. Sob o ponto de vista pessoal e mais do que isso, passional, a equipe do Central da Música não estava se sentindo diferente. Assim como os demais colegas, alguns parceiros e concorrentes, éramos mais uns na multidão, alegres por termos chegado tão longe e esperando, como quase todos, vencer.
Ah, sim, apenas participar já era uma vitória; perder, como já aconteceu, seria aprendizado muito positivo, mas, a verdadeira expectativa e desejo mais sincero era igual ao de todos os concorrentes, ou seja, a vitória.
Enquanto para alguns a estatuetinha do badalado prêmio iBest resulta em contratos publicitários avaliados em muitas cifras, para outros, inclui-se neste grupo nós, só a satisfação de termos sido colocados ali por vocês, público que sabe que não somos “tão especialistas assim”, nem tão “intelectuais assim”, nem diferentes de vocês (que só Deus sabe onde estão) e que, assim totalmente igualzinho a vocês amamos música e a valorizamos, com tanta intensidade que fez chegar até vocês e fazer com que se tornasse importante não só para a gente, mas para vocês, público e razão de todo o nosso trabalho.
Marília Gabriela falando de seu Gianne e entrevistas, Mesquita e Astrid Fontenelle falando sobre fofoca, Sabrina do Big Brother falando sobre… bem sobre nada muito relevante, Groisman falando sobre o que ele sempre fala e profissionais da Web com muitos e diferentes discursos de “15 segundos”, maioria dos quais emotivamente sem conteúdo. No iBest quase tudo é permitido, perdoado e possível! Afinal, sim, eles ( e nós- graças a vocês- somos iBest)!
Mas e a música (afinal, isso não é coluna social )?
A banda era a “quase famosa “ Funk como Le Gusta, que produz um som gostoso e interessante. Talvez pelo fato da premiação abordar muitas áreas a música acabou ficando em segundo plano no contexto do grande iBest show. O “Mestre de cerimônias” Luciano Huck chamava o grupo todo o tempo (o que fez parecer que eles tocaram em troca de publicidade), e o som era uma espécie de música ambiente. Nos intervalos rolava, juntamente com a champagne, sushi, coração na mão, expectativa e curiosidade que a imprensa disfarçava a todo o custo, som mecânico, porém com um certo nível de seleção. Quem foi à festa esperando dançar ou curtir uma boa música ao longo da noite, saiu frustrado.
A comemoração terminou ao fim da entrega de prêmios e quem quisesse dançar que procurasse entre as muitas opções paulistanas ( a mais próxima era a boite de eletrônica LOV.E, a cerca de 30 passos dali).
Arte, soberana arte
O Central (isso, nós mesmos) levou o primeiro lugar na categoria Regional Espírito Santo, estado onde se localiza nossa nada convencional redação. Entre páginas de jornais, revistas, empresas, ongs sérias e nem tão sérias assim, política, esoterismo, mulher pelada, jogo sabe Deus do que, fofoca sobre vizinhos e artistas globais e “otras muchas cositas mas”, o público escolheu a nós, veículo informativo a respeito de música. Dentre os mais de 300 concorrentes, muitos dos quais muito bem feitos e interessantes, nós e pessoal do Upa fomos lá representar o povo capixaba, e falando de música, ou seja de arte. O que é mais legal é que o Estado tem estado famoso por denúncias de corrupção, prisão de nosso ex-presidente da Assembléia Legislativa, crime organizado e coisas do gênero. Aí o pessoal vai lá e escolhe o assunto Arte, ou seja beleza e positividade.
A equipe da Central espera poder estar fazendo um trabalho que corresponda às expetativas, porque apesar das muitas falhas, somos motivados pela mesma visão que vocês, ou seja, acreditamos que a arte, em suas muitas formas, é uma das coisas mais positivas que o homem já foi capaz de fazer em todos os tempos.
É por isso continua sendo, ao longo dos anos, tão importante para pessoas tão diferentes e em contextos diferentes. É a arte (e a música, por ser tratar da mais popular manifestação) que contará às próximas gerações quem fomos e o que fazíamos, nós, meros mortais quando nem nossas cinzas estiverem mais aqui.
Agradecemos a vocês por nos darem a oportunidade de falarmos de arte com liberdade e muito prazer. Que possamos então continuarmos juntos e ouvindo muita música, sempre!

A você leitor, parte mais importante do nosso trabalho, nosso muito obrigado,

Equipe Central da Música 2003

sábado, 25 de abril de 2009

ADEUS LUANA, MENINA! BEM-VINDA LUANA, ESPÍRITO!

OI LÚ,



QUE DEUS TE ABENÇÕE,
GUARDE,
TENHA MISERICÓRIDA DE TI E TE DÊ A PAZ...











Sinto sua falta na beira da estrada pra ver o sol nascer



E CONTINUAR....

LUANA NICOLAI : 28/05/1980 - 25/04/2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

... tenho tudo pra contar e não há tempo...


_ De dizer do post super importante que o Marcelino Freire fez sobre o quão absurdo é o escritor não poder viver de sua arte;

_Sobre a quantas anda meu projeto de pós (lindo_ de cinema e literatura)

_Sobre os surrealismos meus do fim-de-semana passado que darão muito o que escrever...

_Sobre a pauta do meu meio amigo Alan de Faria para a CARTA CAPITAL(que lerei em breve) e como é incrível ver gente batalhadora e apaixonada pelo que faz trabalhando e trabalhando

Tanto, tanto, mas agora que há vontade não há tempo...




Como hoje é dia de preparar o material para enviar à BIBLIOTECA NACIONAL (te falei que as inscrições iam até hoje) e, relendo meus últimos escritos dos dois anos passados, me deparei com a habitué:



QUAL O REAL SIGNIFICADO DAS PALAVRAS?




Como não se trata de uma questão semântica, mas emocional, vou de ADRIANA FALCÃO (que já tive o prazer de entrevistar e sim, é uma graça) e seu delicioso PEQUENO DICIONÁRIO DE PALAVRAS AO VENTO.

AÍ VAI:


Solidão é uma ilha com saudade de barco.

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.

Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.

Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Renúncia é um não que não queria ser ele.

Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.

Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.

Ansiedade é quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja.

Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada em especial.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é Fevereiro...

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.

Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.

Perdão é quando o Natal acontece em outra ápoca do ano.

Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.

Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.

Desatino é um desataque de prudência.

Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Emoção é um tango que ainda não foi feito.

Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Desejo é uma boca com sede.

Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não. Amor é um exagero... também não.
É um "desadoro"...
Uma batelada?
Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor não sei explicar...










tenho que contar, tenho o que contar...

sim, tenho! Oh amontoados de surrealismos que permeiam a minha vida...

E neste final de semana teve mais um, daqueles que a gente não entende e fica rindo...
Mas conto depois, afinal, o último dia para se inscrever para as bolsas da Biblioteca Nacional é amanhã...tenho que correr

E você, vai:

www.bn.br

E, enquanto me enrolo o suficiente para não ter tempo de fazer um post decente, aqui vai um corajoso:



Abril 19, 2009
FEIOS, SUJOS OU MALVADOS?

Algumas revistas de cultura, e mesmo algumas exclusivas de literatura, foram conhecidas mais pelos assuntos que evitavam, pelos nomes que se recusavam a mencionar, do que propriamente pelo conteúdo que publicavam.

Se a linha editorial caminhar para o bom mocismo, para a elegância exagerada e vazia, para a democracia de temas e coleções de autores do tipo panorama representativo, não há razão suficiente para se abandonar de vez os encartes de cultura dos jornais dominicais.

De outro lado, manter a fornalha acesa graças às polêmicas, aos ataques contra este e aquele, acaba concretizando um caminho fácil demais, uma fórmula enganosa que pode dar bons resultados por alguns meses, mas não sempre, não para sempre.

Relendo o Fama & anonimato, do Gay Talese (São Paulo: Companhia das Letras, 2004, tradução de Luciano Vieira Machado) me deparei com a ótima matéria “Procurando Hemingway”. Ali, Talese, que por sinal é convidado da próxima Festa Literária de Paraty, traça um perfil desse modismo peculiar. Reproduzo um trecho que me parece oportuno:

“(…) a relativa riqueza de The Paris Review era invejada pelas outras pequenas revistas (…) seus editores acusavam o pessoal do Review de diletantismo, ressentiam-se de suas brincadeiras, aborreciam-se com o fato de que a Review continuaria a ser publicada enquanto a Merlin, que também descobrira e publicara novos talentos, logo iria fechar. (…) Naquela época a equipe da Merlin se compunha, em sua maioria, de jovens sem senso de humor, rebeldes autênticos (…)”.

Acho que o tom acadêmico que reveste as revistas literárias nacionais mais atrapalha do ajuda na conquista do público (de um público novo). Não me julgo capaz de apontar o formato infalível, mas sei que o excesso de pudor empobrece o que deveria ser a mídia desafiadora capaz de colocar todas as outras no seu lugar.

O que é arte, o que é entretenimento? Dia desses respondi a um questionário dizendo que só tinha paciência com a Rolling Stone. Gosto muito da Calibán, mas às vezes a acho muito pretensiosa. Literatura no Brasil não pode ser pretensiosa (isso nada tem a ver com o autor em si).

Pois bem, está saindo do forno a Revista De Autofagia, na qual publiquei alguns poemas inéditos. Quem compra essas revistas? Quem as consome de fato? Não faço idéia. Não me importa, sei que elas seguem uma tradição. Se são boas e lidas? Não sei. O que importa é que a teimosia (a mesma teimosia que grandes escritores da literatura tiveram quando editaram seus próprios textos e de outros) está lá.


Por Paulo Scott para http://pauloscott.wordpress.com/2009/04/19/2330/

terça-feira, 21 de abril de 2009

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...

`No princípio era o verbo, depois era o filme...` (para o meu livro-tese, Páginas nas Telas- sobre adaptações de filmes para livros)

Tô com esse negócio de verbo na cabeça, palavras e palavras, quais os erros que se cometem e confirmam em palavras?

Quais os erros meus, com palavras...
Sinto tanta saudades do mar: objetivo e silencioso...

E nem deveria, afinal são dias bons...

domingo, 19 de abril de 2009

ET TOI MON COUER


Depois que a PUC de São Paulo me trouxe todos os problemas possíveis e me botou no chão de tanta tristeza,



Depois que eu descobri que o ser humano é mais doido do que ue pensava,



E depois que eu passei por isso tudo e estou morrendo de rir,



um poema do Appollinaire, que encontri num desses blogs aonde vira e mexe vou:



e ah para a galera das letras, dia 29 de abril tem SARAU em homenagem ao Tápia, nosso professor, lá na CASA DAS ROSAS, casinha do poetas abandonados ou não, os quem sabe dos















Et toi mon coeur

E tu meu coração

Guillaume Apollinaire:







E TU MEU CORAÇÃO,



POR QUE BATES?



FEITO UM ATALAIA MELANCÓLICO



OBSERVO A NOITE E A MORTE



Et toi mon coeur pourquoi bats-tu



Comme un guetteur mélancolique j'observe la nuit et la mort

quarta-feira, 15 de abril de 2009

E o mundo de letras...a quantas?

copiando o Marcelino Freire:

_ para os autores: a famosíssima LEU ROUANET, cuja reforma já foi comentada neste blog, tem de todos os lados, desafetos. Vi lá no Marcelino Freire, o link para o post de um escritor chamado
ADEMIR ASSUNÇÃO, que é categórico ao afirmar que mais uma vez a classe (de escritores) será desprestigiada.

Abaixo, o link:http://zonabranca.blog.uol.com.br/arch2009-04-12_2009-04-18.html#2009_04-13_11_59_57-2503858-0

Chasing Pavements!


foto: http://3.bp.blogspot.com




What if I give up?What is the result of giving up ? What about not doing anything?

Eu, que sempre batalhei tanto, corri tanto atrás, lutei com forças que nem tinha, outro dia me coloquei a perguntar a mim mesma como teria sido se eu tivesse sentado e ficado parada.


Seria bom se sentar e ver a vida passar, meio assim, como espectadora da própria história?


Tenho pensado sobre, até que ponto de fato, não é isso o que na realidade somos.


Até que ponto nossos esforços valem algo mediante a força absurda dos fatos e acontecimentos?



While there is no such an answer fot this, I keep chasing pavements...

or Maybe not...

Maybe fighting...

Maybe being a warrior,

Maybe a victim...




to listen: CHASING PAVEMENTS (ADELE)- uma `coisa magnífica`



ou


www.youtube.com/watch?v=qz7vGW2_5c0

segunda-feira, 13 de abril de 2009

OUTRA DE FILOSOFIA

O GRANDE KARMA DA VIDA É AGIR. NÃO AGIR É O GRANDE ERRO.

Para não perder a vida

foto: www.poesiasemensagens.com.br/.../filhos2.htm




Há três coisas que jamais retornam:




A FLECHA LANÇADA


A PALAVRA DADA


A OPORTUNIDADE PERDIDA




QUANTAS VEZES VOCÊ JÁ FEZ MAL USO DELAS?

domingo, 12 de abril de 2009

Lucky + Arte de Amar

Estou lendo `A ARTE DE AMAR`, do Ovídio...




uma ode à como o amor deveria ser, e como fazer para conservá-lo.

Interessante como a gente lê coisas que não condizem em nada com o nosso memento...

E sim, o tema-mor das discussões de almoço Pascal foi relacionamento (palavra longa, com o significado subjetivo ao cubo) ao final da qual o Lucas chegou á mais previsível das conclusões: o segredo é não ter expectativas. Pausa. Sim, claro como se as pessoas entrassem em alguma coisa (inclui-se aí relação) sem esperar nada...doce ilusão...)... Eis que uma amiga está super hiper mega em um relacionamento e outro que resolveu que não quer mais nenhum. Eis uma outra na esperança de (ai gabi no ano que vem me caso), mais outra bem `com força ` (e só de olhar pra ela a gente sabe)e uma terceira, (ou seria quinta?), que decidiu atazanar a vida de um certo casal feliz( na verdade ela nem sabe se é casal e muito menos feliz, mas que vai dar um trabalhinho para a dupla, isso vai). E nem a Gabriela -A OTIMISTA- conseguiu dissuadí-la a.... Eis que a gente resolveu se lembrar do tempo em que eu trabalhava no site e ver todos aqueles CDs (além do Marcos Valle, ainda tem uma tal Laura Finochiaro que depois de uns 7 anos, alguém sabia de quem se tratava...) e eis que falamos do amor e vimos fotos quase velhas e tomarmos espumante e falamos de estado de espírito e mais uma vez do amor... e foi-se a Páscoa. Saldo final: cartilha para relacionamentos que estão por vir, assinadas pelo doutor Tavares de mello (não, este livro eu NÃO vou publicar); milhões de calorias a mais (tipo chocolate e lasagna)umas boas memórias _ ah elas vão bem a beça com calorias.



foto: www.mulherfeliz.com.br/.../decoracao-de-pascoa/
e agora , momento `me entreguei ao dremule`:
Comecei encontrando uma música que eu procurava a milênios.
Breguérrima, ápice do oitentismo e mais dançante impossível.
Então, para a Eneida:
NEVER GONNA GIVE YOU UP:
A segunda vai com letra e tudo, de um tal Jason Mraz , que tem uma voz linda ...
Para quando eu me apaixonar (homenagem à Lú Tavares, que tá torcendo pra isso):


Lucky
Jason Mraz featuring Colbie Caillat


Do you hear me,
I'm talking to you
Across the water
across the deep blue ocean
Under the open sky oh my, babyI'm trying

Boy I hear you in my dreams
I feel you whisper across the sea
I keep you with me in my heart
You make it easier when life gets hard
I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where
I have beenLucky to be coming home again
Oooohhhhoohhhhohhooohhooohhooohoooh

They don't know how long it takes
Waiting for a love like this
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I wait for you I promise you,
I willI'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again

I'm lucky we're in love in every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday
And so I'm sailing through the sea
To an island where we'll meet
You'll hear the music, feel the air
I put a flower in your hair
And though the breeze is through trees
Move so pretty you're all
I seeAs the world keep spinning round
You hold me right here right now
I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
I'm lucky we're in love in every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday
Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh oohOoooh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh



www.youtube.com/watch?v=Yb3WwTh-





E para a Maikelli, porque ela adora, uma que me faz lembrar muito uma certa peça que eu ando encontrando mais do que gostaria e para quem eu deveria ter dito essas coisas aí de baixo há alguns anos atrás...

LOVE SONG
Sara Bareilles


"...I amI'm not gonna write you a love song'
Cause you asked for it'
Cause you need one
You see, I'm not gonna write you a love song'
Cause you tell me it's make or break in this
If you're on your wayI'm not gonna write you to stay
If all you have is leavin'I'm gonna need a better reason
To write you a love song today..."
www.youtube.com/watch?v=MR5xv3pt7KI

sábado, 11 de abril de 2009

Como te pressinto





Não, estes não são tempos angustiantes...são tempos limpos, de aproveitar as coisas mínimas, tempos vãos, para celebrar os detalhes imperceptíveis, alcaçar a felicidade no quase nada...

E, como há tempo, há saudades, do bem que foi, não menor nem inferior ao que é

Mas de uma diferença incrível...


Para celebrar a certeza de que toda dor é superada e superável e com a certeza de que o que nos salva são as memórias do bem,


em homenagem a isto vamos de Neruda:



Como te Pressinto


Como te pressinto nessas horas tristes,


pesadas de tédio,


todas amargadas pelo sofrimento.


Dando-me o consolo,


de tuas mãos brancas,


dando-me esse afeto


de teus claros olhos


tímidos e bons.


... E como pressinto

o alegre sorriso


de teus lábios frescos,


o sorriso triste de meus lábios velhos.


Nessas longas horas,


de fastio amargo,


eu sinto que brotas


do triste silêncio.


Como te pessinto,


como te pressinto.



foto:http://2.bp.blogspot.com

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A velhice nossa de cada dia...

Ia contar que me entreguei à Sommerset, como foi e as grandes conseqüências disto... Porém essa vai ficar pra depois, uma vez em que, em meio à Maughan (sim, ele o Sommerset), Páginas nas Telas (meu livro reportagem da tese de pós, curso de tradução de poesia (que tem me rendido pérolas como o descobrimento da poesia russa) e `otras cositas más`, achei mais um texto incrível do Luís Carvesan, meu colunista predileto da Folha. Fala sobre o envelhecimento e em meio ao contexto, narra o quão envelhecidas ficam as pessoas quando acabam seus amores. É interessante para percebermos o quanto a `falta de amor´envelhece TODAS as pessoas e o quão iguais são seus efeitos em TODAS as pessoas. Segue o texto, em pormenores:







Segue o texto, em pormenores:




Jovens velhos e nem tanto



Encontro uma leitora-que-virou-amiga, dois anos depois. Mudou de curso na faculdade (caiu na armadilha do jornalismo...), estudou cinema um tempo no exterior, descobriu as pontes do Monet, permanece fiel às baladas, amores consistentes, aí vem a revelação:
- Estou ficando velha...
Sabe quantos anos tem a anciã da minha amiga?
22!
Sim, meros, doces, frescos e promissores 22 aninhos.
- Mas estou me sentindo velha, ué, nunca pensei que fosse envelhecer.
Bem-vinda ao clube, querida, disse, e em vez de azucrinar a cabecinha dela com aquele papo de "velho sou eu, você está na flor da idade, relaxa e goza, não me humilha...", fui por outro caminho.
- Olha, pois eu acho que eu nunca envelheci, embora meu corpo não concorde com isso. Eu tenho, há mais de duas décadas, uns 25 anos. É verdade, nada que é jovem me preocupa, assim como nada que é humano me surpreende (esta é do Turgeniev...).
Permanecer jovem sendo velho é aceitar essa diferença crucial que impede o entendimento da vida como ela é. O contrário, não sei, não...
Conversa vai, conversa vem, ela se revelando: encontrou um novo amor, quase um ano juntos, apaixonados, a ponto de ele baixar na cidade do exterior em que ela estava, só para vê-la; planos, muitos planos, morar juntos, ganhar o mundo, viver a vida, ser feliz daquele tipo de felicidade que na juventude é, ao menos aparentemente, a melhor coisa do mundo.
E ela me conta ainda que por causa desse relacionamento mudou, supostamente para bem, muita coisa de seu próprio comportamento, passando a ser mais responsável, consequente, menos transgressora e passando a perceber e respeitar seus próprios limites.
- Um amor que faz crescer, entende?
De repente a decepção: sei lá, mil coisas na cabeça do cara, estou confuso, acho que ainda gosto de uma outra lá que segundo ele tinha ficado na poeira da história, sei que vou me arrepender, mas c'est finit...
E lá se vai todo o encantamento, toda a perspectiva, o piso que sustentava a possibilidade de uma vida nova e bela, a caminho de um crescimento a dois, saudável e bom. Foi-se.
Dói, muito, humilha, destroça, enraivece, mas uma hora passa.
- Será que passa?
- Até uva passa, meu bem...
No entanto, deixa, sempre e inexoravelmente, resquícios.
Na hora da conversa nem pensei nisso, só me dei conta depois.
Ela ficou velha...
Ou pelo menos sente-se envelhecida, porque jogou toda a sua juventude nas mãos de um amor frustrado, que não teve a manha de entender a delicadeza, a fragilidade, a lindeza de sentimento que rola na cabeça de quem tem 22 anos e quer amar muito a vida que Deus lhe deu, ainda mais com uma paixão do lado.
Estava errado, o cara?
Talvez não, poderia ter sido mais cuidadoso, talvez, mas nem sempre isso adianta muito também
Tampouco está errada minha amiga.
Infelizmente, pode-se dizer a ela uma frase do Tolerância Zero: "Bem-vindo ao pesadelo da realidade, playboy", porque desilusão amorosa é, sempre, um pesadelo.
Minha amiga não é playboy, é garota inteligente que luta para ser alguém decente e de bem. Com certeza vai se tornar uma ótima jornalista e, "velha" aos 22, ainda tem muito tempo pela frente para descobrir que rugas, dores, amores e dissabores nos tornam, na possível capacidade de renascer, jovens para sempre.
Até depois dos 50, sabia?
Luis Carvesan: 52, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve para a Folha Online.

sábado, 4 de abril de 2009

Pega pra Capar de Bumba meu Boi...






Estive ontem na badalada sabatina da Folha de S.P sobre a reforma da Lei Rouanet.A mim, que há muito não aparecia por aquelas bandas, impressionou o quanto a Folha consegue, mesmo em meio à crise, permanecer com ares de insituição ´nada me aborrece`
O tal evento, capitaneado pelo ministro Juca Ferreira, todo-poderoso da Cultura pós Gilberto Gil, teve uma platéia de famosos e interessados : eram globais, (de ambas centrais de jornalismo e produção),produtores, gente da comunicação.Todos, com aquele jeito de `este é o momento mais importante do mundo`.
Eu, que fui parar pela Barão mais por interesse em saber da última do governo do que pela pautinha que tenho fechada (isto é para uma mensal, ou seja demora), me deparei com aquele ar convencional de maior instituição de reportagem do Brasil. Para quem não pertence àquele universo, é impossível pensar, dentro da FOLHA que todos os jornais do país sofrem uma crise absurda.
Mas a pauta do dia era a o maior meio de capitação para a cultura do país, a Lei Rouanet, que viabiliza mais de 5500 projetos culturais/ ano, do Oiapoque ao Chuí. E ela está para ser reformada, ao que parece, para que se consiga ter uma distribuição mais criteriosa do dinheiro disponibilizado por meio de renúncia fiscal, meio de captação mais utilizado no país.
Mediado (bem pouco, por sinal), pelo editor de cultura da folha, Marcos Augusto Gonçalves o debate foi aberto pelo ministro com um power point sobre o Agora e Depois da Rouanet.
Pra começar, ´os números da injustiça`:

92 % dos brasileiros não freqüentam museus,
78 % nunca assistiram a
um espetáculo de dança,
90 % dos municípios não tem cinemas, museus,
14 % vão ao cinema mensalmente
42% do dinheiro da Rouanet ficam em projetos na região sudeste
menos de 1 % é o qu e o Espírito Santo (estado desta que vos escreve), recebe.

Etc, etc... e todo um quadro triste, tão conhecido.
Aí, começou o ataque a lei atual: ela torna a produção cultural dependente da renúncia fiscal (que obviamente é insuficiente para atender à todos), estimula a má distribuição, já que em última instância, as empresas patrocinadoras fazem opções pelos projetos que querem patrocinar, e é claro escolhem os que são melhores á sua visibilidade.
Segundo as palavras de Ferreira, nem 30 % do que é liberado consegue ser captado e em época de crise, as empresas recuam, ou seja, menos patrocínio na praça, escusa perfeita para a reforma. Aí começou com mais um festival de discrepâncias: 3 % dos proponentes captam metade do dinheiro disponível e os processos são demoradíssimos, já que (sim, ele assumiu) o ministério não dá conta da demanda e muito menos com a qualidade ideal.
Bateu ainda, e pesado nas Organizações Sociais (sociedades civis), que, por seus argumentos, disputam recursos públicos com produtores independentes. E acusou os produtores utilizarem a renúncia fiscal em detrimento do FICART (fundo para empréstimos) e do F.N.C (fundo nacional de cultura):
"_Dinheiro de graça todo mundo quer."

Depois de dados e argumentações ministeriais, foi a vez de João Sayad, secretário de cultura de S.P e o “pega pra capar” começou! “Tranqüilo e calmo”, iniciou o discurso, ´alfinetando´ :
“Embora eu adore ouvir o sotaque bahiano, Ministro, me surpreende um pouco a confusão proposta por sua fala...” e foi-se embora: defendeu que quando se apóia um projeto cultural em determinado estado, não significa estar agindo em detrimento de outro;
“ Se o dinheito da Rouanet é usado para patrocinar um evento com Ivete Sangalo, isso significa está apoiando a Bahia? Por que? O Paulistano, o mineiro,o carioca não ouve a Ivete?”
Continuou:
“O fato da OSESP ficar em São Paulo não significa que ela deixe de ser bem cultural brasileiro e inclusive, mundial. Ela pode ser ouvida por gente de todos os lugares e é pra mim, um orgulho que exista, ainda que eu não goste de música erudita.”
O eixo central de sua fala foi que ao invés de reforma da lei, que causa insegurança a todo um mercado dependente dela, o ministério deveria estar batalhando por aumento de verbas:
“_ É momento de utilizar toda a parceria possível e não de brecar recursos.”
E ainda que o ministério da cultura deveria brigar por mais verbas, ao invés de restringé-las:
“ A cultura já leva menos de 0,8 do orçamento do governo. Querer diminuir isso não é definitivamente, papel do ministério da cultura e sim do da Fazenda .”, colocando que enquanto a esfera federal conta com 800 milhões por ano para a cultura, o estado de São Paulo sozinho, tem 500.
Pisou feio na calcanhar de Ferreira.
Lembrou ainda que erros crassos de patrocínios passados (como o escândalo Cirque Du Soleil, que em 2007 contou com cerca de R$ 9 milhões e cujo acesso foi restritíssimo), seriam causados pelo mau gerenciamento da Lei ou, seja não justifica a reforma:
“_Se é um problema gerencial vamos resolvê-lo com todos os canais que temos, e não restringi-los.”, pontuou.
Nesta linha de combate, continuou o produtor Paulo Pélico, cuja alfinetada-mor foi vértice das respostas `bastante acaloradas`do ministro:
“O fato das empresas que recebem incentivo fiscal não apoiarem o o Boi-Bumbá não justifica a reforma da Lei.”. Pronto, chegava o momento epifânico da noite. O argumento número 1 do governo é que o dinheiro da renúncia fiscal vai em sua maioria esmagadora para o endinheirado sudeste.
Na cabeça de Pélico, quem tem que bancar as menifestações que não despertam o interesse empresarial, é o já mencionado Fundo Nacional da Cultura, ou seja, defende mais uma vez que não há porque reformar a lei



“_Dizer que apoiar Boi Bumbá não justifica a reforma de Lei é a prova viva de que, quem tem o acesso não quer perdê-lo.Vocês vão acabar atraindo uma antipatia para São Paulo. Todos tem direito ao acesso á cultura, inclusive o Piauí, Amazônia, o Nordeste.”,
Pélico respondeu calcado em estudos que, grande culpada pela concentração de recursos em determinadas regiões do país é a insana burocracia:
“_Não dá para ninguém buscar incentivo federal com uma estrutura simples. Há de se ter no mínimo, assessoria contábil e jurídica. Isso em si é excludente.”, acrescentando que a esmagadora maioria dos projetos que a Rouanet aprova, são do Sudeste porque produtores menos capacitados não conseguem lidar com a burocracia.
Segundo ele, a lei funciona e para exemplificar, mencionou os sete filmes indicados ao Oscar nos últimos 10 anos, enquanto antes disso, a última vez havia sido na década de 60. Pélico tocou ainda em um ponto crucial: o projeto de reforma não tem regras claras para a liberação de financiamento.
Sabe-se que haverá um afunilamento, porém ninguém sabe como proceder, em caso de mudança real:
"_As regras são muito subjetivas."
Foram estes dois discursos, a pedra no sapato de Juca Ferreira.
“_Secretário Sayad, o senhor é economista, por isso tenho que apelar para que volte para os números.” E voltou aos números que embasam sua teoria de que, tal qual é, a Rouanet é excludente e privilegia estados do sudeste e grupos que já tem acesso.
VisiSobre a falta de verbas, Ferreira afirmou e reafirmou que desde que Gil chegou ao ministério que se tenta incessantemte aumentar a verba para a cultura e que se conseguiu: de 0,2 para 0,6 % do orçamento. Disse ainda que a reforma é uma tentativa de distribuir melhor o que se tem:
“O recurso não é só mal distribuído geograficamente, como até dentro da própria São Paulo, não é todo mundo que tem acesso à cultura.”

E disparou:
“_Quanto eu vim aqui , sabia que ia enfrentar isso, pessoas resistentes à mudança. No tempo da abolição da escravatura as pessoas também não queriam mudanças. Não é assim que se evolui, mas com idéias, cabeças pensando juntas.”


Quando colocado na parede sobre os supostos cinco anos que o projeto teria para receber o patrocínio, Ferreira afirmou que naquela tarde a P.L havia sido mudada, ou seja, essa questão do tempo não seria um entrave.
Visivilelmente exaltado,repetia todo o tempo a `história do bumba meu boi` como exemplo do de `postura resistente à mudança`, por parte dos paulistanos e foi ao mesmo tempo, aplaudido e vaiado pela platéia. Pélico, insistia para responder aos ataques à questão `Bumba meu Boi`:
“Eu tive que fazer uma verdadeira ioga para escutar a sua fala. Fiquei aqui contando nos dedos, um, dois, três.Por favor agora, escute a minha.” e continuou seu discurso dizendo que, em momentos de crise, manter a Rouanet como está é um verdadeiro desastre, que ele não assumirá .

Pega pra capar à parte, teve o `moço do Itaú Cultural`(Daniel Saron) que disse que faltam dados concretos sobre o retorno trazido pelo investimento em cultura no país (provavelmente uma das colocações mais lúcidas da noite).

E o captador Yacoff Sarkovas, que `meteu o pau´no mecenato, com toda a razão:
“ Patrocínio no Brasil é banco imobiliário. A empresa finge que dá o dinheiro, que na verdade é de mentira e a impressão que se passa é que uma hora, mamãe vai chamar pra dormir e tudo vai acabar.” E foi categórico:
“Reforma nenhuma resolverá isso”.

Verdade. No Itaú "de" Saron, 50 % do dinheiro investido em cultura vem de incentivo público. A Rouanet, `de` Ferreira, é mesmo, e cada vez mais a muleta da produção cultural brasileira e ponto. Por outro lado, como diz Sayad, não é sua extinção que vai resolver isso.

Resta saber, o que , de concreto, dá pra ser feito. Porque entre justificativas, ataques, e alfinetadas, os critérios de avaliação do Projeto de Lei ainda estão na subjetividade total.
E, de falta de equilíbrio de político em discurso, o pessoal que assina o cheque (no caso nós), já está cheio.



LINK DA VERSÃO OFICIAL do negócio, que a FOLHA publicou hoje (sábado)...
FOTO: www.blig..com.br



Garapa: mais uma sessão de `porrada`.




Lendo uma entrevista da envida da Folha de S.P ao Festival de Berlim, sobre GARAPA, último documentário de José Padilha, ela contava que ao final do filme, a única reação da platéia foi um longo silêncio.
Sim, o aclamadíssimo diretor do documentário Ônibus 174, (que inspirou o longa do Barretão) e diretor de Tropa de Elite, desta vez resolver falar de fome.Mas de fome velada, aquela em que não se tem tão pouco, que com o mínimo que se tem, se luta.
Filmado nos cafundós do nordeste brasileiro, dentro de casas de gente de verdade, o problema do filme é justamente este. É verídico demais. Em preto e branco, com cores de seca, sem trilha sonora, com cara de tudo o que ninguém quer ver.
O filme, de 2008, conta a história de três famílias, subnutridas, em casas aonde falta tudo. Até leite para a mamadeira das crianças (e são várias), falta, aí vai na garapa mesmo. No `mundo de lá`, garapa é água fervida com açúcar e intenção de que alguém vive daquilo.
Em recente entrevista, Padilha disse que um dos principais desafios da produção foi o de conseguir não dar comida aos participantes do filme; uma agonia.
Há uma hora em que a produção dá um analgésico a uma criança que chora de dor de dentes e o pai acredita que o menino esteja curado. Miséria tem adjacências.
Além da miséria, estão lá seus anexos: alcoolismo, ignorância, regiões em estado de subdesenvolvimento total, falta de perspectiva. Em uma das cenas, o documentarista pergunta ao pai de uma das famílias porque eles não tentam evitar filhos, já que não conseguem alimentar os que tem. E escuta um sonoro:
“_ É Deus que dá. ”
E a esposa faz coro:
“_Eu não me dou com pílula... Se é pá pegá, pega.”
“_E quantos filhos a senhora tem?”
“_ É 11.”
Completa, às lágrimas, que `as veiz eles pedi merenda, aí eu tenho que dizê que num tem.”
Uma tristeza. Ao menos é verdadeira.
Ponto positivo do filme é o nú e cru, sem maquiagem. Não é, definitivamente, uma dramatização montada para celebrar a miséria alheia. Ponto positivo para o governo Lula, que populismos á parte, fez um fome zero, que não resolve, mas dá um prato de comida a quem vive de garapa. Ponto positivo para o diretor, que tem feito de sua vida profissional uma denúncia constante e tão necessária. Ponto negativo para a humanidade, que ainda tem 920 milhões de famintos e se mostra incompetente demais para resolver isto.

Foto: divulgação

domingo, 29 de março de 2009

Este nãO é o post do meu aniversário

estudos sobre o romantismo

chumbo que respiro

minha saudadete apodrece

e te renova na medida que me lanço

noutra direção

tanto mofo no que calo por ti

vinagre de dores ardentes nos olhos

com fervoroso credo

na tua morte

minha vida.




Ouvi falar em Bruna Beber, em meio a `tantos nomes`em uma infeliz cobertura de alguns anos atrás...

(sim, daquelas traumatizantes...)

No entanto, passeando de blog em blog, achei este, que penso ser interessante e que pode ter destinatário, se caso for.

Mas não este não é o post do meu aniversário...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os nomes estão perdidos...

Nessa de ficar acordada pelas madrugadas escrevendo o projeto da PUC, me acompanham os livros e a internet. Jeito de quebrar o tédio, que muito me assola...

Numa dessas incursões ao nada, me deparei com uma música que quem canta é a filha da ZIZI POSSI, que breguices passadas à parte, acho que tem uma voz interessante e de um tempo pra cá, anda SIM, a fim de fazer uma música mais palatável.

De qualquer forma a letras é do Paulinho Moska, e por aqui é ela que interessa.
Pois é, mas o negócio é que a encontrei no EXATO dia em que terminei a saga de Pedro de Valdivia, o livro INÉS DE ALMA MIA _ da Isabel Allende.

A autora passa a saga toda enaltecendo Pedro, amor de sua vida, até que nas páginas finais- justamente quando os dois se separam, que ele começa a cometer delitos de honra:

" Pedro tornou-se pomposo, arrogante e irritadiço..."
"Os anos pesavam-lhe as feições...."

E outras colocações tão comuns no discurso de mulher abandonada...

Até que em um arroubo de narcisismo que vez por outra alcança a personagem: Inés, a narradora em primeira pessoa, dispara:

"Cecília disse: a estrela dele cresceu quando estava com você e agora que não estão mais juntos, só tende a descer." Ou algo assim...

Interessante que embora descrevendo a história de uma heroína clássica (que faz o leitor se perguntar se existiram mesmo mulheres com tamanha virtude), ela coloca em dúvida a honra de nosso co-protagonista, em outras palavras, seu nome.

Homem sem honra= homem desonrado, principalmente quando se fala em 1553.

Aí me vem a Luísa Possi, com seus nomes perdidos... e eu ao fim de minha aventura com Allende.
Ao menos no meu infinito particular, tudo a ver.

Vai Lá então:

Não Diga Que Eu Não Te Dei Nada

(Paulinho Moska)

Te dei saliva pra matar a sede

E suor pra lavar o amor

Te dei o sangue que corre nas minhas veias

E lágrimas frias no calor

Te dei a flecha pra atirar em mim

E um livro pra rasgar as folhas

Te dei o zíper de fechar e abrir

E a possibilidade de escolha

Não diga que eu não te dei nada

Te dei uma moeda de pedra

Te dei um nome e os nomes estão perdidos

Te dei a pena da asa de um anjo

E os meus sonhos preferidos

Não diga que eu não te dei nada


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=b9VxWPdtctE&feature=related

terça-feira, 24 de março de 2009

Melhorar o blog é melhorar a vida...




Sim, preciso melhorar este blog. Deixá-lo mais bonitinho, mais visitadinho, com mais posts legais, sobre coisas que valem a pena...

Lembro que resolvi virar bloogueira porque ia pra net e não havia o que ler...
Era tanta bobeira, uns bloguinhos tipo "burguesinha-loura-de-chapinha"; muita cara e pouco conteúdo.
Aí criei o Home, jurando de pé junto que não ia largar pra lá, manteria a frequência (sem trema, como no acordo ortográfico), ia postar poemas, crõnicas e coisas bacanas de ler e pensar ou rir.
Nada, nada. comecei empolgadíssima, desempolguei, abandonei o menino aqui , rodei, rodei e cá estou eu novamente.


De lá pra cá o que mudou?

Muito pouco: virei editora e desvirei, rapidinho e felizinha, primeiro por virar e depois por desvirar. Explico: ser editora é lindo, fantástico, incrível e poucas coisas na vida me realizam tanto. No entanto, minha primeira empesa do ramo foi complicada e este tempo foi marcado por tribulações das mais variadas...

Coisas de não-ficção.
Estou enfim, em momento `terminal`da minha complicada pós-graduação em jornalismo cultural da Puc de São Paulo. E além do muito que aprendi, não é que nesse último semestre eu enfim, conheci uma turminha bacana?
Voltei a escrever meu livrinho (aquele mesmo, a prosa), e agora ele sai.


Estou estudando tradução de poesia lá na minha Casa. Sim, `eu voltei, agora pra ficar.`
Não saio da CASA DAS ROSAS nunca mais. E de lá ninguém me tira (no mais alto estilo marchinha de carnaval passado).
Passei a acreditar que durante muito tempo maximizei besteiras e estou trabalhando na tentativa de ver a vida de forma livre-leve-e-solta.
Gostando!



Nesse clima, caiu na minha cabeça uma música do LENINE. Um dos meus entrevistados dos tempos Central da Música, figura tranquila, daquela que convida o jornalista para uma xicará de chá, chocolate quente talvez... Aí ele vem e te conta das orquídeas que ele adora, da carreira na França, do que é importante na vida...como se precisasse.
A energia dele é tão positiva que de se aproximar, você percebe o tipo de pessoa com quem está lidando.
O tipo de trabalho do Lenine é que você vai descobrindo aos poucos. Como é natural da música intimista, vai prestando atenção às letras, vai indo...

Hoje, 7 anos depois desta singular entrevista, descobri

É o que me interessa

tudo a ver com o meu momento, pouco romântico, muito apaixoonado pela vida em suas subjetivas nuances.





É o Que Me Interessa

Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa



Para ouvir

www.youtube.com/watch?v=TlC-KB4qh9I

segunda-feira, 23 de março de 2009

Nosso lixo televisivo de cada dia!






O post de hoje, vai tratar de um absurdo, uma bizarrice total e completa que permitimos que aconteça, há 9 longos e tenebrosos verões:
O BIG BROTHER



prova do quão miseráveis somos todos nós e miseráveis de tudo: alma, coraçaõ e mente.
O texto, do João Coutinho se faz essencial, principalmente depois de comparado ao do Gimenstein, que fala da herança de nossa pobreza: o risível nível da educação brasileira (comprovado ontem pela reportagem do fantástico que falava dos erros em livros didáticos_
QUE VERGONHA).
Bem, por hora fiquemos com o João. Depois, mais bomba. Quem sabe passando bastante vergonha a gente não decide se mexer e fazer alguma coisa.





Comedores de lixo




Que dizer da história de Jade Goody? Caso não saibam, Jade Goody foi concorrente do Big Brother britânico, notabilizando-se por sua linguagem e comportamento vulgares. A Grã-Bretanha rendeu-se a ela e encontrou em Goody um novo símbolo da "informalidade" proletária que faz parte da nossa modernidade. Acontece que Jade adoeceu gravemente (com câncer). A notícia fatal, aliás, foi comunicada à própria em pleno programa televisivo, fazendo disparar as audiências. Mas o melhor ainda estava para vir: se Jade tinha câncer terminal, o melhor era morrer em frente às câmeras, proeza que Jade tem cumprido com profissionalismo de Hollywood. Das operações cirúrgicas às sessões de quimioterapia, sem esquecer o seu casamento-relâmpago, Jade aproveita as últimas semanas de vida para mostrar ao mundo o seu lento caminho para o fim. Não é de excluir que a tv filme o seu último suspiro. Os produtores garantem que não. Mas se as audiências exigem tudo, por que raio não devem ver tudo? Essa é a questão. O caso de Jade tem alimentado debates inflamados na Grã-Bretanha. A discussão centra-se, invariavelmente, na falta de ética da televisão contemporânea, que se aproveita de uma mulher moribunda para fazer negócio. Vozes moralistas condenam os produtores, exigindo rápida intervenção do governo. E Jade Goody, quando confrontada com a pornografia do seu ato, afirma simplesmente que está a pensar nos filhos: duas crianças que ficarão sem mãe em breve e que, graças à prostituição sentimental de Jade, herdarão 1,7 milhões de euros. Pessoalmente, nada tenho a dizer: sobre Jade Goody e muito menos sobre a tv que filma a sua decadência física. Mas estranho que, no meio da gritaria, ninguém tenha dito o básico. E o básico não está na moribunda, muito menos na tv que filma a moribunda. O básico está numa população anônima de milhões de britânicos que permitem a existência desse caso, consumindo-o com voracidade mórbida. O fenômeno Jade Goody, e a repugnante vontade de o filmar até ao limite, não existiria se as audiências não existissem. Uma verdade banal? Longe disso. Uma verdade politicamente incorreta: no mundo radicalmente igualitário em que vivemos, não é de bom tom relembrar que as massas nem sempre escolhem com sabedoria e pudor. As massas são muitas vezes analfabetas e repugnantes. O pensamento politicamente correto prefere antes demonizar os produtores (no fundo, os "capitalistas") que exploram a pobre ingenuidade do povo. Um erro. E uma grosseira piada. Se existe doença neste caso, ela não está em Jade Goody ou no circo televisivo que a filma. Está nos comedores de lixo: gente que liga a tv para se empanturrar, literalmente, até a morte.

João Pereira Coutinho, 32, é colunista da Folha. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista" (Ed. Quasi), publicado em Portugal, onde vive. Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.E-mail: jpcoutinho@folha.com.br Site: http://www.jpcoutinho.com




Jane Goody: vilã ou coitada?