sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Coisas boas para o início do ano que vem!





[01] ... sobre o projeto Expedición Donde Miras, uma caminhada cultural pela América Latina em que, a partir do dia 5 de janeiro, trinta pessoas, entre atores, cineastas, músicos, escritores, educadores e fotógrafos, percorrerão, a pé, neste primeiro trecho, quatorze municípios de São Paulo e cinco do Paraná, promovendo encontros culturais, saraus, em cada cidade visitada, é só
clicar aqui (http://www.expediciondondemiras.blogspot.com/).



02] ... sobre como participar do romance coletivo que o escritor Mário Bellatin - um dos mais importantes autores latinos americanos, criador da Escola Dinâmica de Escritores - vem desenvolver no Brasil, no mês de fevereiro, numa oficina só para doze pessoas e eta danado, que ele coordenará, com a colaboração de Maria Alzira Brum Lemos, no Centro Cultural b_arco, clique aqui (http://www.obarco.com.br/)

03] ... sobre o projeto Indícios, romance on-line supercurioso, inventado por Ricardo Miyada, em que uma palavra vai puxando uma história outra, uns linques narrativos à la um Jogo da Amarelinha cibernético, de Julio Cortázar, é só clicar aqui

http://www.indiciodepalavra.blogspot.com/.


Fonte: www.eraodito.blogspot.com

domingo, 16 de dezembro de 2007

Fechando o ano com chave de ouro

Show do Chico Pineheiro hoje, lá no SESC Pinheiros: uma experiência.

Olhando o website dele, encontrei uma matéria que escrevi há uns 4 anos (http://www.chicopinheiro.com.br/port/imprensa.html).

O incrível de estar lá, foi a viagem àquele momento quatro anos antes... poucas vezes tive exatamente a mesma experiência duas vezes...
O Chico faz isso, permite à platéia atingir um estado de transcedentalismo, espécie de integração absoluta "música+ser humano" no qual fica difícil perceber onde um começa e o outro termina.

Falo mais sobre isto lá no Digestivo... (http://www.digestivocultural.com.br/)

Fiquem com um vídeo de Essa Canção (que a esperta aqui não conseguiu postar) :

http://br.youtube.com/watch?v=wPhtAK1de3A

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Sobre quando a vida acontece.










"A VIDA É O QUE ACONTECE COM VOCÊ, ENQUANTO VOCÊ ESTAVA FAZENDO OUTROS


PLANOS"( Os BEATLES, assim redundates)






Foto 1/ Fonte:www.rivarock.com.br/dbimagens

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

I carry you with me (e.e cummings)



Em tempos de saudades exacerbada do mar,
a comprovação de que um alguém carrega dentro, uma infinidade de outros alguéns....

E eu, que sinto como se todo o oceano das terras distantes clamasse minha volta à delicadeza do àguas dobrando-se em curva primeira; levo-os, e só a eles, na retranca rasgada deste coração.






Renoir


fonte: http://kherian.files.wordpress.com/2007/09/renoir12.jpg


i carry your heart with me (i carry it in)

i carry your heart with me (i carry it inmy heart)

i am never without it (anywherei go you go, my dear;

and whatever is doneby only me is your doing, my darling)

i fearno fate (for you are my fate, my sweet);

i want no world (for beautiful you are my world, my true);

and it's you are whatever a moon has always meantand;

whatever a sun will always sing is you;

here is the deepest secret nobody knows;

(here is the root of the root and the bud of the budand the sky of the sky of a tree called life;

which growshigher than the soul can hope or mind can hide)

and this is the wonder that's keeping the stars apart

i carry your heart (i carry it in my heart)



e. e. cummings


*

eu levo o seu coração comigo
e. e. cummings

eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)

Trad: Regina Werneck

*

Sugestão de video:
http://www.youtube.com/watch?v=zkBdA1hclNw&feature=related



( Formatação rosangela_aliberti )

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

QUERES (Carlos Savasini)





QUERES
Carlos Savasini



Quero tanto, tanto, mas tanto;


que se for para ficar eu fico;

se for para ir eu vou;


se for para pular eu pulo.


Quero tanto, tanto, mas tanto;


que se for para deixar eu deixo;

se for para largar eu largo;

se for para perder eu perco.

Quero tanto, tanto, mas tanto;

que se for para sorrir, gargalho;


se for para chorar, me acabo;

se for para ganhar, festejo.



Quero tanto, tanto, mas tanto;


que se for por você;


eu vou!
imagem: poetrysfeelings.files.wordpress.com/.../amor.jpg

Uma do Sérgio VAz...

Esta grande figura, a quem tive o provilégio de entrevistar lá para oa PALAVRIANDO ( a cerca de dois meses), tem blog.
Descobri nesse ne'gocio de BRincadeira da página 161, no blog do amigo-poeta-blogueiro, o Savasini (que volta por aqui ainda nessa semana):



"Não tenho dó de quem sofre, tenho raiva de quem faz sofrer." Sérgio Vaz

Oficinas com Marcelino Freire.



O Doutor Marcelino Freire aí ao lado, ministrará

uma oficina de criação literária por três dias (12,13 e 15) lá na CAsa das Rosas (sim, sim, na famosa), às 21:00 horas.

Eu vou e vc, vai ficar vendo televisão? haha

domingo, 9 de dezembro de 2007

BRINCADEIRA DA PÁGINA 161...




Foto: Alessandra Cestac (www.alessandracestac.com.br)
fonte:nagonthelake.blogspot.com



O IVAN (Tatubola)ANTUNES, me passou uma brincadeira que recebeu de uma amiga...
É algo mais ou menos assim:

"Escolha o livro mis próximo a você, abra na página 161 e poste a quinta frase completa em seu blog. Se não o fizer, morre(rsrsrs)"

Não, não, a última parte é pitaco meu, mas embora não tenha havido ameaça, na maré de "suerte" que fim de ano costuma trazer, melhor não arriscar.

O primeiro livro que tentei, foi o ALGUMA POESIA, do Drummond, que não tem página 161 (mas termina brilhantemente na 117, com "POEMA DA PURIFICAÇÃO").

O "mais próximo número 2" era o "LONGE da ÁGUA", do Michel LAUB que termina na 115 (só saberei como quando acabar de ler) .

O terceiro em termos de proximidade, estava acerca de um passo de distância, confortavelmente instalado no sofá da sala. Era o novíssimo:

ACORDADOS-FRAGMENTOS
de Ana Rüsche

ganhado na rave cultural do dia anterior.

"Por que está me perguntando isso?"

é a tal quinta frase da 161.Tudo a ver comigo, que tenho constantemente vontade de saber os motivos pelos quais sou vitimada pelas mais bizarras perguntas...rsrsrs

Sobre o restante do livro, posto depois.

Ah sim, claro, e repasso a brincadeira aos blogueiros Rosangela Aliberti, Nanci Moises, Binho Santos, Luisa Pannunzio e Marisa Del Santo.

VEremos qual será o resultado...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

RAVE DE ENCERRAMENTO DO ANO...

RAVE CULTURAL




Com 18 horas de programação, segunda edição da Rave Cultural ocupa todos os cômodos do casarão, com literatura, música, teatro, performances e poesia, em programação 100% gratuita a partir de sábado, 8/12, às 14h. Veja a programação completa no s(a)ite www.casadasrosas.sp.gov.br

Venha você também participar!



Organização: Frederico Barbosa



Data: 08 e 09/12, sábado e domingo

Local: Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37 - próximo a estação Brigadeiro do Metrô)

Telefone de contato: 11 3285-6986/ 3288-9447

S(a)ite: www.casadasrosas.sp.gov.br

Entrada: gratuita

Acesso para portadores de deficiência física.



(Foto: Galeria de Elton de Melo - Flickr

Informativo sem fins lucrativos )

__._,_.___

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sobre a saudade das àguas da ilha...

Sobre a saudade das águas da ilha...







DEPART (RIMABAUD)

Vi demais.

A visão se revia pelos ares.

Tive demais.

Sons da cidade, à tarde, e ao SOL, e sempres.

Soube demais. As paradas da vida_

Ó sons e visões partida, entre AFETO e RUÍDOS novos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007










"QUANDO A GENTE É FORTE_ QUEM SE AFASTA_MUITO FRESCO_


QUEM CAI NO RIDÍCULO?




QUANDO A GENTE É MAU, QUE FARIAM DE NÓS?




SE ARRUME, DANCE, RIA_




NUNCA PUDE MESMO JOGAR O AMOR PELA JANELA?" Frases, Rimbaud.



terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Coroada de Rosas II...


Foto: Donny Correia
Encerramento do ano "em" minha casa I.
Faltam exatos quatro dias para a CASA DAS
ROSAS, espaço Haroldo de CAmpos de Poesia e Literatura, fazer sua rave cultural.
O "eraOdito", ou "dito-evento" , terá uma programação parecida, porém com um quê diferente ( como diz Luisa Palhas querida-linda "IGUAL BEM DIFERENTE"): ela marcará a reabertura do espaço ao público. E como foi duro ficar sem a casinha, "teto"dos poetas abandonados e dos que fazem tudo para não se deixarem abandonar (também dos abandonados que não e acham tão abandonados assim...)
Sem palavras para divagar sobre o nada que sinto em relação ao anterior, afinal creio que a minha casa, sobre a qual falei na CRÔNICA "COROADA DE ROSAS"( postada nohttp://www.comunique-se.com.br/ e no http://www.palavriando.com.br/ , com cópia neste humilde blog), não existe mais. (E a culpa não é da CAD 2007).
Foi o tempo, "alento, insano e cruel", que destruiu minha ilusões em relação a poetas e cães (rs...). Minha ida à CAD, serviu para constatar que a Casinha que deixei, nunca mais será e que era momento de iniciar a montagem do renascimento.Depois de pensar muito, decido que no sábado estarei lá, verificando o efeito do encerramento de um ciclo, e checando o quanto restou de amor por aquele espaço espiritual depois de conhecer a fundo suas amarras.
A parte boa pode ser nominada: TYTA, Binho Santos, SAmara Sieber, Luisa Palhas, entre outros amigos-artistas que estarão animadíssimos recitando suas obras, seu processo particular de legitimidade...
Creio que para todos eles (ou seríamos nós?), é um momento distinto daquele julho em que deixamos, com sorrisos sinceros, nosso espaço "de rascunho impresso", nossa Casa Portuguesa, casa de "extravaso"... Depois do furacão, dos processos de descobertas e desvencilhamentos, restou a poesia.
E será ela, a reverenciada no sábado!
PROGRAMAÇÃO
14h – MARRAGONI - Recriação sobre o texto original de Bertolt Brecht e Kurt Weill, a peça conta e canta a história de Paulo Pimenta, lenhador da Amazônia que chega em Marragoni, a cidade-arapuca dos nossos sonhos e ilusões.Baseado no texto Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, de Bertolt Brecht e Kurt WeillDireção: Ana Roxo.
16h –16h – O Governador José Serra e o Secretário João Sayad inauguram a visitação à Biblioteca Haroldo de Campos. Serão apresentados o novo site da Casa das Rosas e a exposição “Da Bibliocasa” - Livros do acervo Haroldo de Campos escolhidos pelo Professor e Tradutor Trajano Vieira, especialista na literatura grega, que colaborou na tradução que Haroldo fez da Ilíada, de Homero. Na seqüência haverá depoimentos sobre a Casa das Rosas com a participação dos ex-diretores do espaço.
17h – Desconcertos - - a voz da prosa na II RAVE CULTURAL, com leituras dos escritores Marcelino Freire e Paulo de Tarso. Curadoria de Claudinei Vieira, que criou este projeto na Casa das Rosas há três anos, tendo trazido para nosso espaço mais de 30 novos prosadores desde então.
18h - Choro – Com um repertório formado por ícones da MPB, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque, além de grandes nomes do samba como Cartola, Noel Rosa e Geraldo Pereira, integrantes da Banda do Canil da Usp se juntam aos músicos do grupo Coisa Linda de Deus para formar o quinteto que promete agitar o início da noite de sábado.Henrique Gomide (piano e escaleta), Zé Motta (vocais), João Fideles (percussão), Gustavo Angimahtz (violão) e Lucas Nobile (cavaquinho).
19h – Saraus da Casa das Rosas – 1. Chama Poética. A agitadora cultural Fernanda de Almeida Prado convida os poetas Antônio Lázaro de Almeida Prado e Cássio Junqueira para declamarem poemas com o tema “Alegria”. Além disso, o sarau conta com a presença do grupo No mesmo barco, e dos músicos Ozias Stafuzza, Mariana Avena, Neno Miranda, Aurora Maciel e Cristina Pini.
20h – Alice Ruiz e Rogéria Holtz – No Show Música e Poesia de Alice Ruiz são apresentadas composições musicais da poeta com diversos parceiros, como Alzira Espíndola, Arnaldo Antunes, Itamar Assumpção, Rogéria Holtz, Zé Miguel Wisnik e Waltel Branco. Entre as músicas, Alice Ruiz apresenta também seus poemas. Rogéria Holtz é a convidada que, além de parceira, está gravando, no momento o CD No País de Alice. O show é uma prévia do lançamento do CD.
21 h– José Roberto Aguilar e a Banda Performática - grupo formado em 1981 que vem mostrando desde então o melhor da música de invenção e a performance multimídia.Giba (guitarra) , Marcos (baixo), Marcelo (bateria), César Maluf (teclados), Loop B (percussão), Daniela, Gabi e Aguilar (vocais), Nelson (vídeo) e Lenira (coreógrafa).21h – Fábio Vietnica - O VDj apresenta, na sala 1, performances de imagens e sons lounge, criando um espaço para a videoarte e a música ambiente.22h30 – Sala 2 – CAMA DE POESIA, performance cênica criada e dirigida por José Roberto Aguilar, com a atriz Denise Passos.
23h – Saraokê – No “Saraokê”, ao invés de cantar, o público é convidado a recitar poemas com um fundo musical especialmente criado pelos músicos Gustavo Mera, Lu Horta, Paulo Padilha e Marcelo Ferretti. Esta é uma ousada e divertida experiência de improvisação coletiva. Nenhum verso sairá como chegou e nenhum poeta também.Participação especial da poeta mineira Bruna Piantino, lançando seu livro “Bastão”.
Domingo1h - Saraus da Casa das Rosas – 2. Rascunhos Poéticos. O segundo dos três saraus habituais da Casa das Rosas. Apresenta o grupo de criação poética dirigido por Carlos Savasini e Osvaldo Pastorelli.
2h – Trio Zabumbão - Forró para continuar a madrugada dançante na Casa das Rosas. Flavio Lima (Triângulo e voz), Chambinho (Acordeom) e Fabinho (Zabumba), e nos apresenta o melhor do forró madrugada a dentro.
4h – Saraus da Casa das Rosas – 3. Sarau da VACAMARELA, coletivo formado por jovens poetas, que apresentam diferentes tendências da poesia contemporânea. Além de promover o debate literário com a FLAP, a VACAMARELA edita o jornal literário O Casulo.
5h – Pedro Osmar e amigos - apresentam o melhor da música de invenção. Com a presença de Zeh Rocha, Cauê, Rafa Barreto, Gleiziane Pinheiro e Fábio Barros.
7h – Café da manhã

Mainardi no DIGESTIVO.









O colunista Diogo Mainardi (que ao contrário de todo mundo eu adoro), deu uma entrevista super bacana para o SIGESTIVO CULTURAL, site onde darei as caras em breve...




Abaixo, um sample...


Segunda-feira, 5/11/2007

Diogo Mainardi

POR: Julio Daio Borges



Diogo Mainardi, além de colunista da Veja desde 1999, já foi autor de romances: Malthus (1989), Arquipélago (1992), Polígono das Secas (1995) e Contra o Brasil (1998). Hoje divide seu tempo entre a principal revista semanal do Brasil, uma participação no programa Manhattan Connection (desde 2003) e um podcast – também no site da Veja – desde o ano passado. Assumidamente sem assunto, Diogo Mainardi concedeu esta Entrevista, em meio a outros compromissos relacionados ao lançamento de seu segundo volume de crônicas, Lula é minha anta (também pela editora Record; o primeiro foi A tapas e pontapés, lançado em 2004). (Fora os livros, escreveu, ainda, dois roteiros para cinema: 16-0-60 (1995) e Mater Dei (2000).) Apesar de best-seller do atual mercado editorial, Diogo Mainardi abandonou de vez a literatura, e hoje a considera “coisa para desocupados e parasitas”. Não pensa que sua coluna tenha algo de especial em relação ao que fez antes, e reputa toda a sua notoriedade à Veja: “Se fosse um blog, ninguém me leria.” Não considera que tenha uma obsessão pelo presidente Lula: “Sinto desprezo intelectual e moral por ele. Só isso”. Não pensa que tenha um estilo ou uma assinatura fora do comum; reputa seu sucesso, mais uma vez, ao formato: “Hoje em dia, todas as minhas idéias cabem em 3 mil toques”. Diogo Mainardi não assume nenhuma orientação política, mas registra: “Se quem me chama de ‘nova direita’ é o esquerdismo lulista, tudo bem: eu me enquadro”. Afirma que não está à procura de “seguidores”, nem de “prosélitos”. E não vê nada de errado em, um belo dia, desistir de tudo: “Sobretudo num belo dia...” – JDB1.

DIGESTIVO:Em meados da década de 90, a gente lia você como escritor. Por recomendação do Paulo Francis. Tinha um amigo que me emprestou o Polígono das Secas (ainda na faculdade), depois contou de outro amigo dele, que se gabava de ter recebido um fax seu... Era o Fabio Danesi Rossi. Também lembro de um sujeito, em 1995, que nunca mais eu vi e que ia te ler, só de birra, porque você tinha dito no Jô Soares que era “O Pior Escritor do Mundo”... A literatura acabou mesmo pra você?

DIOGO: Eu lembro que você me falou isso, como falou também do cinema, no início dos anos 2000, mas eu não acreditei muito. De certa forma, concordo que, até Contra o Brasil, a literatura parecia mais um caminho para você chegar onde chegou. Mas você deixou órfãos. Pelo menos entre aqueles amigos meus... Enfim: às vezes não dá um comichão literário em você? Ou isso de ser escritor de ficção, no Brasil, é mesmo uma grande piada? Somos, como falou o Vargas Llosa, sempre ultrapassados pela nossa realidade?

DIOGO:Literatura é para desocupados e parasitas. Por muito tempo, fui um desocupado e um parasita. Eu era mantido por meus familiares e por minha mulher. Quando precisei ganhar dinheiro para sustentar meus filhos, arrumei um emprego e larguei os livros. Pode parecer uma explicação prosaica demais, mas foi o que aconteceu. Abandonar a literatura não foi uma decisão literária. E não teve nenhuma conseqüência, exceto para mim. Não sou um Rimbaud. Quanto ao comichão literário, não sei o que é isso. Nunca escrevi porque tinha a necessidade de escrever: escrevia porque era o que me interessava fazer.




Mais em http://www.digestivocultural.com/entrevistas/entrevista.asp?codigo=18

Filha de sol nascente...










Porque eu estou morrendo de saudades de casa...
Eu, filha de sol nascente, que teimei em passear, e a três anos, passeio...



















DESPEDIDA



Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo




Eu não sou daqui;


Também marinheiro;


Mas eu venho de longe;


E ainda do lado de trás da terra além da missão comprida;


Vim só dar despedida;


Filho de sol poente;


Quando teima em passear;


Desce de sal nos olhos doente de voltar;


Filho de sol poente;


Quando teima em passear;


Desce de sal nos olhos;


Doente da falta que sente do mar;


Vim só dar despedida