domingo, 29 de março de 2009

Este nãO é o post do meu aniversário

estudos sobre o romantismo

chumbo que respiro

minha saudadete apodrece

e te renova na medida que me lanço

noutra direção

tanto mofo no que calo por ti

vinagre de dores ardentes nos olhos

com fervoroso credo

na tua morte

minha vida.




Ouvi falar em Bruna Beber, em meio a `tantos nomes`em uma infeliz cobertura de alguns anos atrás...

(sim, daquelas traumatizantes...)

No entanto, passeando de blog em blog, achei este, que penso ser interessante e que pode ter destinatário, se caso for.

Mas não este não é o post do meu aniversário...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os nomes estão perdidos...

Nessa de ficar acordada pelas madrugadas escrevendo o projeto da PUC, me acompanham os livros e a internet. Jeito de quebrar o tédio, que muito me assola...

Numa dessas incursões ao nada, me deparei com uma música que quem canta é a filha da ZIZI POSSI, que breguices passadas à parte, acho que tem uma voz interessante e de um tempo pra cá, anda SIM, a fim de fazer uma música mais palatável.

De qualquer forma a letras é do Paulinho Moska, e por aqui é ela que interessa.
Pois é, mas o negócio é que a encontrei no EXATO dia em que terminei a saga de Pedro de Valdivia, o livro INÉS DE ALMA MIA _ da Isabel Allende.

A autora passa a saga toda enaltecendo Pedro, amor de sua vida, até que nas páginas finais- justamente quando os dois se separam, que ele começa a cometer delitos de honra:

" Pedro tornou-se pomposo, arrogante e irritadiço..."
"Os anos pesavam-lhe as feições...."

E outras colocações tão comuns no discurso de mulher abandonada...

Até que em um arroubo de narcisismo que vez por outra alcança a personagem: Inés, a narradora em primeira pessoa, dispara:

"Cecília disse: a estrela dele cresceu quando estava com você e agora que não estão mais juntos, só tende a descer." Ou algo assim...

Interessante que embora descrevendo a história de uma heroína clássica (que faz o leitor se perguntar se existiram mesmo mulheres com tamanha virtude), ela coloca em dúvida a honra de nosso co-protagonista, em outras palavras, seu nome.

Homem sem honra= homem desonrado, principalmente quando se fala em 1553.

Aí me vem a Luísa Possi, com seus nomes perdidos... e eu ao fim de minha aventura com Allende.
Ao menos no meu infinito particular, tudo a ver.

Vai Lá então:

Não Diga Que Eu Não Te Dei Nada

(Paulinho Moska)

Te dei saliva pra matar a sede

E suor pra lavar o amor

Te dei o sangue que corre nas minhas veias

E lágrimas frias no calor

Te dei a flecha pra atirar em mim

E um livro pra rasgar as folhas

Te dei o zíper de fechar e abrir

E a possibilidade de escolha

Não diga que eu não te dei nada

Te dei uma moeda de pedra

Te dei um nome e os nomes estão perdidos

Te dei a pena da asa de um anjo

E os meus sonhos preferidos

Não diga que eu não te dei nada


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=b9VxWPdtctE&feature=related

terça-feira, 24 de março de 2009

Melhorar o blog é melhorar a vida...




Sim, preciso melhorar este blog. Deixá-lo mais bonitinho, mais visitadinho, com mais posts legais, sobre coisas que valem a pena...

Lembro que resolvi virar bloogueira porque ia pra net e não havia o que ler...
Era tanta bobeira, uns bloguinhos tipo "burguesinha-loura-de-chapinha"; muita cara e pouco conteúdo.
Aí criei o Home, jurando de pé junto que não ia largar pra lá, manteria a frequência (sem trema, como no acordo ortográfico), ia postar poemas, crõnicas e coisas bacanas de ler e pensar ou rir.
Nada, nada. comecei empolgadíssima, desempolguei, abandonei o menino aqui , rodei, rodei e cá estou eu novamente.


De lá pra cá o que mudou?

Muito pouco: virei editora e desvirei, rapidinho e felizinha, primeiro por virar e depois por desvirar. Explico: ser editora é lindo, fantástico, incrível e poucas coisas na vida me realizam tanto. No entanto, minha primeira empesa do ramo foi complicada e este tempo foi marcado por tribulações das mais variadas...

Coisas de não-ficção.
Estou enfim, em momento `terminal`da minha complicada pós-graduação em jornalismo cultural da Puc de São Paulo. E além do muito que aprendi, não é que nesse último semestre eu enfim, conheci uma turminha bacana?
Voltei a escrever meu livrinho (aquele mesmo, a prosa), e agora ele sai.


Estou estudando tradução de poesia lá na minha Casa. Sim, `eu voltei, agora pra ficar.`
Não saio da CASA DAS ROSAS nunca mais. E de lá ninguém me tira (no mais alto estilo marchinha de carnaval passado).
Passei a acreditar que durante muito tempo maximizei besteiras e estou trabalhando na tentativa de ver a vida de forma livre-leve-e-solta.
Gostando!



Nesse clima, caiu na minha cabeça uma música do LENINE. Um dos meus entrevistados dos tempos Central da Música, figura tranquila, daquela que convida o jornalista para uma xicará de chá, chocolate quente talvez... Aí ele vem e te conta das orquídeas que ele adora, da carreira na França, do que é importante na vida...como se precisasse.
A energia dele é tão positiva que de se aproximar, você percebe o tipo de pessoa com quem está lidando.
O tipo de trabalho do Lenine é que você vai descobrindo aos poucos. Como é natural da música intimista, vai prestando atenção às letras, vai indo...

Hoje, 7 anos depois desta singular entrevista, descobri

É o que me interessa

tudo a ver com o meu momento, pouco romântico, muito apaixoonado pela vida em suas subjetivas nuances.





É o Que Me Interessa

Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa



Para ouvir

www.youtube.com/watch?v=TlC-KB4qh9I

segunda-feira, 23 de março de 2009

Nosso lixo televisivo de cada dia!






O post de hoje, vai tratar de um absurdo, uma bizarrice total e completa que permitimos que aconteça, há 9 longos e tenebrosos verões:
O BIG BROTHER



prova do quão miseráveis somos todos nós e miseráveis de tudo: alma, coraçaõ e mente.
O texto, do João Coutinho se faz essencial, principalmente depois de comparado ao do Gimenstein, que fala da herança de nossa pobreza: o risível nível da educação brasileira (comprovado ontem pela reportagem do fantástico que falava dos erros em livros didáticos_
QUE VERGONHA).
Bem, por hora fiquemos com o João. Depois, mais bomba. Quem sabe passando bastante vergonha a gente não decide se mexer e fazer alguma coisa.





Comedores de lixo




Que dizer da história de Jade Goody? Caso não saibam, Jade Goody foi concorrente do Big Brother britânico, notabilizando-se por sua linguagem e comportamento vulgares. A Grã-Bretanha rendeu-se a ela e encontrou em Goody um novo símbolo da "informalidade" proletária que faz parte da nossa modernidade. Acontece que Jade adoeceu gravemente (com câncer). A notícia fatal, aliás, foi comunicada à própria em pleno programa televisivo, fazendo disparar as audiências. Mas o melhor ainda estava para vir: se Jade tinha câncer terminal, o melhor era morrer em frente às câmeras, proeza que Jade tem cumprido com profissionalismo de Hollywood. Das operações cirúrgicas às sessões de quimioterapia, sem esquecer o seu casamento-relâmpago, Jade aproveita as últimas semanas de vida para mostrar ao mundo o seu lento caminho para o fim. Não é de excluir que a tv filme o seu último suspiro. Os produtores garantem que não. Mas se as audiências exigem tudo, por que raio não devem ver tudo? Essa é a questão. O caso de Jade tem alimentado debates inflamados na Grã-Bretanha. A discussão centra-se, invariavelmente, na falta de ética da televisão contemporânea, que se aproveita de uma mulher moribunda para fazer negócio. Vozes moralistas condenam os produtores, exigindo rápida intervenção do governo. E Jade Goody, quando confrontada com a pornografia do seu ato, afirma simplesmente que está a pensar nos filhos: duas crianças que ficarão sem mãe em breve e que, graças à prostituição sentimental de Jade, herdarão 1,7 milhões de euros. Pessoalmente, nada tenho a dizer: sobre Jade Goody e muito menos sobre a tv que filma a sua decadência física. Mas estranho que, no meio da gritaria, ninguém tenha dito o básico. E o básico não está na moribunda, muito menos na tv que filma a moribunda. O básico está numa população anônima de milhões de britânicos que permitem a existência desse caso, consumindo-o com voracidade mórbida. O fenômeno Jade Goody, e a repugnante vontade de o filmar até ao limite, não existiria se as audiências não existissem. Uma verdade banal? Longe disso. Uma verdade politicamente incorreta: no mundo radicalmente igualitário em que vivemos, não é de bom tom relembrar que as massas nem sempre escolhem com sabedoria e pudor. As massas são muitas vezes analfabetas e repugnantes. O pensamento politicamente correto prefere antes demonizar os produtores (no fundo, os "capitalistas") que exploram a pobre ingenuidade do povo. Um erro. E uma grosseira piada. Se existe doença neste caso, ela não está em Jade Goody ou no circo televisivo que a filma. Está nos comedores de lixo: gente que liga a tv para se empanturrar, literalmente, até a morte.

João Pereira Coutinho, 32, é colunista da Folha. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista" (Ed. Quasi), publicado em Portugal, onde vive. Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.E-mail: jpcoutinho@folha.com.br Site: http://www.jpcoutinho.com




Jane Goody: vilã ou coitada?