sábado, 11 de abril de 2009

Como te pressinto





Não, estes não são tempos angustiantes...são tempos limpos, de aproveitar as coisas mínimas, tempos vãos, para celebrar os detalhes imperceptíveis, alcaçar a felicidade no quase nada...

E, como há tempo, há saudades, do bem que foi, não menor nem inferior ao que é

Mas de uma diferença incrível...


Para celebrar a certeza de que toda dor é superada e superável e com a certeza de que o que nos salva são as memórias do bem,


em homenagem a isto vamos de Neruda:



Como te Pressinto


Como te pressinto nessas horas tristes,


pesadas de tédio,


todas amargadas pelo sofrimento.


Dando-me o consolo,


de tuas mãos brancas,


dando-me esse afeto


de teus claros olhos


tímidos e bons.


... E como pressinto

o alegre sorriso


de teus lábios frescos,


o sorriso triste de meus lábios velhos.


Nessas longas horas,


de fastio amargo,


eu sinto que brotas


do triste silêncio.


Como te pessinto,


como te pressinto.



foto:http://2.bp.blogspot.com

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