segunda-feira, 5 de novembro de 2007


(VINER)




" ... Ela não passou, não conseguiu.Deu errado, não era pra ser. Oito vírgula sete, nota máxima.Não foi o suficiente.
Lembrei-me de mim, há alguns anos. No meu caso havia sido nove, aí veio alguém e disse :
"_ Olha, você é realmente excelente, muito boa mesmo, mais tenho compromisso com um dos meus alunos. Fica para o próximo ano."
O olhei profundamente. Vontade de esmurrar-lhe a cara cheia de poder...
Na impossibilidade, sentei no canto e chorei, conformando-me com minha própria insignificância diante do mundo.
Ele nunca mais seria o mesmo, após aquela elegante marretada. Uma nova forma de soco, violência oblíqua e aguda...
Destruir uma existência é tão simples, que beira a banalidade...
...E ao vê-la assim,num canto, prostrada e "cheia de cortes", eu estava certa de que o dela também não seria...
E sim, era por isso que me doía tanto..."
FRAGMENTO de "DE AMOR E DE DEUS", meu romance de estréia.

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