sábado, 12 de abril de 2008

Para um amor partido (postagem número 2)








PARA UM AMOR PARTIDO (mais uma vez)
Por: Binho Santos

A tarde se despede como um aceno
Na plataforma do Tietê. Úmida tarde
De verão, nossos olhos não se viram.
Jamais se veriam novamente. Quem
Poderia descobrir nossa história
Nos braços apoiados no vidro
Impedindo o adeus, por enquanto.

Você, meu Deus, você se escondia
Nalgum canto de um ônibus
Rumando para onde meus sonhos
Nunca se reconheceriam. Nunca
Mais. Nunca mais no espelho
Meu rosto estaria inteiro.
Seu sorriso partira-se na tarde,
E sei que minhas palavras
Feriram o curso do rio, sangrando
Como o sol no poente.

Escondo, entre as mãos tímidas,
Minhas lágrimas de catarata,
Mudas para meus lamentos,
E talvez nas curvas das estradas,
Sinuosas e fechadas, encontremos
O que se perdeu, uma chave,
Um trinado, um coral, uma rosa.

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