terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mainardi no DIGESTIVO.









O colunista Diogo Mainardi (que ao contrário de todo mundo eu adoro), deu uma entrevista super bacana para o SIGESTIVO CULTURAL, site onde darei as caras em breve...




Abaixo, um sample...


Segunda-feira, 5/11/2007

Diogo Mainardi

POR: Julio Daio Borges



Diogo Mainardi, além de colunista da Veja desde 1999, já foi autor de romances: Malthus (1989), Arquipélago (1992), Polígono das Secas (1995) e Contra o Brasil (1998). Hoje divide seu tempo entre a principal revista semanal do Brasil, uma participação no programa Manhattan Connection (desde 2003) e um podcast – também no site da Veja – desde o ano passado. Assumidamente sem assunto, Diogo Mainardi concedeu esta Entrevista, em meio a outros compromissos relacionados ao lançamento de seu segundo volume de crônicas, Lula é minha anta (também pela editora Record; o primeiro foi A tapas e pontapés, lançado em 2004). (Fora os livros, escreveu, ainda, dois roteiros para cinema: 16-0-60 (1995) e Mater Dei (2000).) Apesar de best-seller do atual mercado editorial, Diogo Mainardi abandonou de vez a literatura, e hoje a considera “coisa para desocupados e parasitas”. Não pensa que sua coluna tenha algo de especial em relação ao que fez antes, e reputa toda a sua notoriedade à Veja: “Se fosse um blog, ninguém me leria.” Não considera que tenha uma obsessão pelo presidente Lula: “Sinto desprezo intelectual e moral por ele. Só isso”. Não pensa que tenha um estilo ou uma assinatura fora do comum; reputa seu sucesso, mais uma vez, ao formato: “Hoje em dia, todas as minhas idéias cabem em 3 mil toques”. Diogo Mainardi não assume nenhuma orientação política, mas registra: “Se quem me chama de ‘nova direita’ é o esquerdismo lulista, tudo bem: eu me enquadro”. Afirma que não está à procura de “seguidores”, nem de “prosélitos”. E não vê nada de errado em, um belo dia, desistir de tudo: “Sobretudo num belo dia...” – JDB1.

DIGESTIVO:Em meados da década de 90, a gente lia você como escritor. Por recomendação do Paulo Francis. Tinha um amigo que me emprestou o Polígono das Secas (ainda na faculdade), depois contou de outro amigo dele, que se gabava de ter recebido um fax seu... Era o Fabio Danesi Rossi. Também lembro de um sujeito, em 1995, que nunca mais eu vi e que ia te ler, só de birra, porque você tinha dito no Jô Soares que era “O Pior Escritor do Mundo”... A literatura acabou mesmo pra você?

DIOGO: Eu lembro que você me falou isso, como falou também do cinema, no início dos anos 2000, mas eu não acreditei muito. De certa forma, concordo que, até Contra o Brasil, a literatura parecia mais um caminho para você chegar onde chegou. Mas você deixou órfãos. Pelo menos entre aqueles amigos meus... Enfim: às vezes não dá um comichão literário em você? Ou isso de ser escritor de ficção, no Brasil, é mesmo uma grande piada? Somos, como falou o Vargas Llosa, sempre ultrapassados pela nossa realidade?

DIOGO:Literatura é para desocupados e parasitas. Por muito tempo, fui um desocupado e um parasita. Eu era mantido por meus familiares e por minha mulher. Quando precisei ganhar dinheiro para sustentar meus filhos, arrumei um emprego e larguei os livros. Pode parecer uma explicação prosaica demais, mas foi o que aconteceu. Abandonar a literatura não foi uma decisão literária. E não teve nenhuma conseqüência, exceto para mim. Não sou um Rimbaud. Quanto ao comichão literário, não sei o que é isso. Nunca escrevi porque tinha a necessidade de escrever: escrevia porque era o que me interessava fazer.




Mais em http://www.digestivocultural.com/entrevistas/entrevista.asp?codigo=18

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