Há algumas horas
Fábio dos Santos
Não ter mais tempo sangra,
Como rosas desmanchando-se nas ruas.>
É teu riso de pedra em lava>
Nos cantos do que penso>
Acendendo para sempre>
O incenso sepulcral de cada instante.>
> Sim, já tomei mais de uma vez>
Esse licor ferino e adocicado>
Do teu abraço que me chama>
Que me chama>
De onde não estamos>
Para onde não estás.
Então, como num golpe,
de pés esquivos da dor,
impaciente como o ter anos
nunca vindouros,
desfaleço sincero
no teu aperto de outros braços.
Mas, uma vez que anoitece,
mais uma vez anoitecendo,
me procuro nos teus dedos,
resfolegantes de contato,
e nos encontramos,
Novamente onde estou,
onde nunca estás.
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