quinta-feira, 6 de março de 2008






Há algumas horas


Fábio dos Santos


Não ter mais tempo sangra,


Como rosas desmanchando-se nas ruas.>


É teu riso de pedra em lava>


Nos cantos do que penso>


Acendendo para sempre>


O incenso sepulcral de cada instante.>


> Sim, já tomei mais de uma vez>


Esse licor ferino e adocicado>


Do teu abraço que me chama>


Que me chama>


De onde não estamos>


Para onde não estás.


Então, como num golpe,


de pés esquivos da dor,


impaciente como o ter anos


nunca vindouros,


desfaleço sincero


no teu aperto de outros braços.


Mas, uma vez que anoitece,


mais uma vez anoitecendo,


me procuro nos teus dedos,


resfolegantes de contato,


e nos encontramos,


Novamente onde estou,


onde nunca estás.

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